Há uns bons anos atrás a minha Geração ganhou o rótulo de Geração Rasca. Apesar de não dar muita importância a rótulos, admito que esta classificação magoou-me mesmo e considero-a injusta. Já se tornou num cliché as gerações anteriores dizerem que no seu tempo é que era bom. A mim parece-me mais que elas simplesmente não conseguem encaixar-se nos novos hábitos, porque sair de território conhecido é desconfortável e dá trabalho. Mas desafio, a vocês que nos chamam Geração Rasca a conhecer-nos. Todas as gerações têm o direito de criar a sua própria história. Segue-se o poema da Denise Pereira, que defende muito bem esta Geração Rasca.
A geração rasca
Não podemos ser nós
Apenas somos filhos
Dos nossos avós.
Que mal podemos ter
Sem nada fazer?
Apenas somos
O que queremos ser.
Chamam-nos geração rasca
Porque não querem saber
A revolta que sentimos
No fundo do nosso ser.
Fazem o que lhes apetece
Sem a nossa opinião
E em silêncio querem
Que lhe demos a mão.
A geração rasca
É quem a inventou
Vamos sair da casca
Berrar para quem nos chamou:
Geração rasca
É quem a inventou!
Poema de Denise Pereira
Hoje reescrevemos essa rotulagem de Geração Rasca e ganhámos um “à” é pena este acrescento em vez de acrescentar vem assombrar ainda mais a minha Geração. Hoje, a esta hora para ser precisa está a começar a manifestação Geração à Rasca um pouco por todo o país. Porque somos uma Geração à Rasca mas nunca Geração Rasca.
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