De regresso a casa a nostalgia e a saudade das Palavras
Andarilhas já se ia instalando no caminho. Mas venho feliz por trazer tantas
histórias, contos, experiencias, ideias, amores, descobertas… nesta minha
bagagem com tanto ainda por descobrir. Muito Feliz por saber que existe quem
acredite, quem se preocupe e quem não se importa de arregaçar as mangas neste
Pais à beira mar plantado com tanto para contar.
Muito Obrigada Palavras Andarilhas por acreditarem e pela
oportunidade que me deram de viver as Palavras Andarilhas.
Diário
e reflexões de uma Andarilha
As Palavras Andarilhas
instalaram-se nos dias 30, 31 de Agosto e 1 e 2 de Setembro na cidade dos contos, Beja. Numa cidade
aparentemente adormecida, calma, fervilharam Palavras.
O evento decorreu em vários
pontos da cidade mas o cenário principal
decorreu no jardim público. Auditórios
improvisados inteligentemente construídos pelo cenógrafo Luís Cruz aproveitando o contexto do jardim. Proporcionaram um
espaço agradável, poético e muito funcional a lançamentos de livros, tertúlias,
homenagens, troca de reflexões…
No jardim todas as noites
acolhiam contadores de histórias. Na
primeira noite houve uma maratona de contadores de histórias (voluntários
andarilhos) para quem quisesse contar, terminou com o contador Jorge Serafim. A segunda noite foram contadores que
muitos de nós já conheciam nem que fosse pelo nome Horácio Santos, Elsa Serra, Benita Prieto, Bruno Batista, Sílvia Alves, António Fontinha, Rodolfo Castro e Jorge Serafim. A
terceira e última noite confesso que
foi uma novidade, ouvir contos acompanhados com instrumentos musicais. Confesso
que apaixonei-me! Thomás Bakk e Luis Carmelo impressionaram-me! Nessa noite
para além de Thomás Bakk e Luis Carmelo houve Claudia Fonseca, Ana Sofia Paiva,
José Craveiro, Carlos Marques, Michael Harvey e Quico Cadaval.
Os
cantos e recantos do jardim também foram habitados tornando-se palco
de muitas actividades:
Destaco a Oficina de Sussurradores dos Contabandistas com uma poesia incrível.
Tive o privilégio de ouvir sussurrar o Miguel Horta ao meu ouvido. Trouxe também
um sussurrador que neste momento estou a ilustrar.
Conta
agora e Vê-te depois era uma instalação uma caixa negra que servia
como expositor. Quem quisesse podia retirar um livro e ler em qualquer parte do
jardim.
Poesia
A la Carte da Associação Andante era uma performance num cenário de
restaurante em que escolhíamos de um menu muito especial| poético as refeições.
Que variavam entre menus infantis, românticos, clássicos e picantes. Sentávamo-nos
numa cadeira e o chef de cozinha recitava poesia. (espreitem a foto)
Havia também O Mercadinho Andarilho com tendas de
diversos projectos Taberna de Contos do Bardo, O senhor dos cordéis, O gato Leitor,
Contabandistas, Associação Desejo de Mudança, Associação Pegada no Futuro que
decorria das 10h até que a voz lhes doesse.
Num evento da Palavra é claro
que não faltou um Mercado do Livro,
e é claro que comprei livros e ainda tive o privilégio de alguns estarem a ser
lançados nas Andarilhas, podendo ouvir a perspectiva do escritor e do
ilustrador. Uma dessas “apresentações” foi o livro Um Continente Poético Esquecido (1992) uma
homenagem à autora Maria José Costa
um momento que me marcou nestas Andarilhas.
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Luísa na Terra dos Abraços |
Ainda em jeito de homenagem no
Domingo de manhã houve uma a Luísa Ducla Soares para celebrar os 40
anos de escrita da autora, Luísa na
Terra dos Abraços. Uma excelente tertúlia entre a escritora Luísa Ducla Soares e António Torrado com Maria Teresa Meireles como mediadora. É
sempre delicioso ouvi-los!
Havia tantas actividades a
decorrer ao mesmo tempo que era impossível vivê-las todas.
Como este post já vai longo vou
terminar por aqui mas antes referir a Exposição Saudade na Biblioteca de Beja de João Vaz de Carvalho e na Cave da Biblioteca as várias exposições Concerto a Duas Mãos de Gémeo Luis e
Eugénio Roda, Histórias para Caber numa
Mala uma Colecção de textos de António Torrado, Luisa Duclas Soares,
Rodolfo Castro, Margarida Fonseca Santos, Isabel Minhós Martins, António Mota e
Miguel Horta para assemblage de objectos de Jorge Pereira, Arquivo de Gestos Emocionais de António Partillo e Rapa Tira Põe Deixa com textos de
Eugénio Roda e Susa Monteiro que ADOREI simplesmente.
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Colecções Improváveis |
Haveria muito mais para contar
mas, quantos posts teria que postar para contar tudo? e vivê-las tem outro
sabor, por isso espero que daqui a dois anos encontrar-te nas Palavras Andarilhas.
Com a certeza de voltar daqui a
dois anos com a esperança de levar mais Andarilhos na bagagem, já com a minha
pequena Ema de mochila às costas e eu a chamá-la
“Anda dai Andarilha descobrir o
mundo.”