quarta-feira, 5 de setembro de 2012

XII Palavras Andarilhas | 2012


De regresso a casa a nostalgia e a saudade das Palavras Andarilhas já se ia instalando no caminho. Mas venho feliz por trazer tantas histórias, contos, experiencias, ideias, amores, descobertas… nesta minha bagagem com tanto ainda por descobrir. Muito Feliz por saber que existe quem acredite, quem se preocupe e quem não se importa de arregaçar as mangas neste Pais à beira mar plantado com tanto para contar.
Muito Obrigada Palavras Andarilhas por acreditarem e pela oportunidade que me deram de viver as Palavras Andarilhas.

Diário e reflexões de uma Andarilha

As Palavras Andarilhas instalaram-se nos dias 30, 31 de Agosto e 1 e 2 de Setembro na cidade dos contos, Beja. Numa cidade aparentemente adormecida, calma, fervilharam Palavras.

O evento decorreu em vários pontos da cidade mas o cenário principal decorreu no jardim público. Auditórios improvisados inteligentemente construídos pelo cenógrafo Luís Cruz aproveitando o contexto do jardim. Proporcionaram um espaço agradável, poético e muito funcional a lançamentos de livros, tertúlias, homenagens, troca de reflexões…

No jardim todas as noites acolhiam contadores de histórias. Na primeira noite houve uma maratona de contadores de histórias (voluntários andarilhos) para quem quisesse contar, terminou com o contador Jorge Serafim. A segunda noite foram contadores que muitos de nós já conheciam nem que fosse pelo nome Horácio Santos, Elsa Serra, Benita Prieto, Bruno Batista, Sílvia Alves, António Fontinha, Rodolfo Castro e Jorge Serafim. A terceira e última noite confesso que foi uma novidade, ouvir contos acompanhados com instrumentos musicais. Confesso que apaixonei-me! Thomás Bakk e Luis Carmelo impressionaram-me! Nessa noite para além de Thomás Bakk e Luis Carmelo houve Claudia Fonseca, Ana Sofia Paiva, José Craveiro, Carlos Marques, Michael Harvey e Quico Cadaval.

Os cantos e recantos do jardim também foram habitados tornando-se palco de muitas actividades:
Destaco a Oficina de Sussurradores dos Contabandistas com uma poesia incrível. Tive o privilégio de ouvir sussurrar o Miguel Horta ao meu ouvido. Trouxe também um sussurrador que neste momento estou a ilustrar.

Conta agora e Vê-te depois era uma instalação uma caixa negra que servia como expositor. Quem quisesse podia retirar um livro e ler em qualquer parte do jardim.

Poesia A la Carte da Associação Andante era uma performance num cenário de restaurante em que escolhíamos de um menu muito especial| poético as refeições. Que variavam entre menus infantis, românticos, clássicos e picantes. Sentávamo-nos numa cadeira e o chef de cozinha recitava poesia. (espreitem a foto)

Havia também O Mercadinho Andarilho com tendas de diversos projectos Taberna de Contos do Bardo, O senhor dos cordéis, O gato Leitor, Contabandistas, Associação Desejo de Mudança, Associação Pegada no Futuro que decorria das 10h até que a voz lhes doesse.

Num evento da Palavra é claro que não faltou um Mercado do Livro, e é claro que comprei livros e ainda tive o privilégio de alguns estarem a ser lançados nas Andarilhas, podendo ouvir a perspectiva do escritor e do ilustrador. Uma dessas “apresentações” foi o livro Um Continente Poético Esquecido (1992) uma homenagem à autora Maria José Costa um momento que me marcou nestas Andarilhas.

Luísa na Terra dos Abraços
Ainda em jeito de homenagem no Domingo de manhã houve uma a Luísa Ducla Soares para celebrar os 40 anos de escrita da autora, Luísa na Terra dos Abraços. Uma excelente tertúlia entre a escritora Luísa Ducla Soares e António Torrado com Maria Teresa Meireles como mediadora. É sempre delicioso ouvi-los!

Havia tantas actividades a decorrer ao mesmo tempo que era impossível vivê-las todas.
Como este post já vai longo vou terminar por aqui mas antes referir a Exposição Saudade na Biblioteca de Beja de João Vaz de Carvalho e na Cave da Biblioteca as várias exposições Concerto a Duas Mãos de Gémeo Luis e Eugénio Roda, Histórias para Caber numa Mala uma Colecção de textos de António Torrado, Luisa Duclas Soares, Rodolfo Castro, Margarida Fonseca Santos, Isabel Minhós Martins, António Mota e Miguel Horta para assemblage de objectos de Jorge Pereira, Arquivo de Gestos Emocionais de António Partillo e Rapa Tira Põe Deixa com textos de Eugénio Roda e Susa Monteiro que ADOREI simplesmente.

Colecções Improváveis

Haveria muito mais para contar mas, quantos posts teria que postar para contar tudo? e vivê-las tem outro sabor, por isso espero que daqui a dois anos encontrar-te nas Palavras Andarilhas.
Com a certeza de voltar daqui a dois anos com a esperança de levar mais Andarilhos na bagagem, já com a minha pequena Ema de mochila às costas e eu a chamá-la  “Anda dai Andarilha descobrir o mundo.”

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